Entre os dias 8 e 19 de julho realizou-se a Mostra Mais 2013. Evento realizado pela Escola de Comunicação da UFRJ e pelo Curso de Direção Teatral da mesma. A Mostra, composta de encenações e seminário de pesquisas da direção teatral, dedicou um dia para performances dos cursos e projetos de dança da UFRJ. Tratou-se da primeira apresentação do Projeto Corpo Estranho com o trecho coreográfico intitulado "Esculturas Dinâmicas".
O processo de construção deste trecho foi, inicialmente, através de um jogo proposto ao grupo de esconder e revelar as partes do corpo onde os mesmos tinham que estar em contato num entrelaçamento contínuo. Neste jogo, um corpo propunha uma forma e os outros se uniam à ele prontamente com o intuito de preencher possíveis espaços vazios gerados pelo primeiro corpo. Vazios, túneis, espaços de encaixe e complementação, geravam um outro corpo, único, escultural, anatomicamente fantástico, revelado pela união de três corpos. O diálogo com as imagens projetadas começou com a captura de imagens de partes do corpo de maneira isolada: mãos, pés, olhos, entre outras. Elegeu-se primeiramente as mãos, por sua força expressiva, sua presença nas ações mais simples do ser humano como levar o alimento à boca, enxugar o suor da testa, segurar as mãos do outro, etc., mas também por sua habilidade em realizar movimentos de alta complexidade e coordenação motora fina. As imagens geradas primeiramente por movimentos improvisados foram editadas pela designer Juliana Prado: cortadas, multiplicadas e posteriormente projetadas, em uma superfície plana (parede) e também nos corpos dos intérpretes-colaboradores sobrepostos a ela: Diego Carvalho, Mery Horta e Taísa Magno.
O processo de construção deste trecho foi, inicialmente, através de um jogo proposto ao grupo de esconder e revelar as partes do corpo onde os mesmos tinham que estar em contato num entrelaçamento contínuo. Neste jogo, um corpo propunha uma forma e os outros se uniam à ele prontamente com o intuito de preencher possíveis espaços vazios gerados pelo primeiro corpo. Vazios, túneis, espaços de encaixe e complementação, geravam um outro corpo, único, escultural, anatomicamente fantástico, revelado pela união de três corpos. O diálogo com as imagens projetadas começou com a captura de imagens de partes do corpo de maneira isolada: mãos, pés, olhos, entre outras. Elegeu-se primeiramente as mãos, por sua força expressiva, sua presença nas ações mais simples do ser humano como levar o alimento à boca, enxugar o suor da testa, segurar as mãos do outro, etc., mas também por sua habilidade em realizar movimentos de alta complexidade e coordenação motora fina. As imagens geradas primeiramente por movimentos improvisados foram editadas pela designer Juliana Prado: cortadas, multiplicadas e posteriormente projetadas, em uma superfície plana (parede) e também nos corpos dos intérpretes-colaboradores sobrepostos a ela: Diego Carvalho, Mery Horta e Taísa Magno.
No trecho apresentado, os três corpos compõem uma espécie de escultura dinâmica, misturando suas
partes em uma estrutura única que se mantém estática por alguns momentos,
mantendo apenas o fluxo de movimentos das mãos que dialogam com a imagem das
mãos projetadas. Esse corpo escultórico desloca-se lentamente por um espaço
reduzido compondo outras configurações formais, rearranjando seus pedaços em um
caminho semelhante aos anagramas do corpo de Hans Bellmer que intercambiavam as
partes de suas bonecas. As imagens das mãos tateiam, deslizam, exploram esse
território corpóreo revolvendo-o e misturando-se a ele em um diálogo imaginário
entre mãos reais e virtuais.
Conta-se ainda com a
imagem sombra do corpo escultórico. “A imagem fugaz da sombra, a deformar
implacavelmente a silhueta humana...” (Moraes, 2002, p.97) As sombras, mas
principalmente a desconfiança sobre sua natureza, habitou o imaginário
artístico entre o final do século XIX e meados do século XX. Em suas formas
instáveis e efêmeras, as silhuetas de corpos e objetos exploravam um universo
sombrio, misterioso causando desconfiança sobre um improvável desgarrar
autônomo da sombra com relação a sua fonte originária. Nesta experiência, a
sombra surge como uma silhueta descarnada, em diálogo com o corpo físico e suas
imagens projetadas, promovendo diferentes camadas de visualização a partir de
uma mesma origem, o corpo.
Referência Bibliográfica
MORAES, Eliane Robert. O corpo impossível: a
decomposição da figura humana de Lautréamont à Bataille, São Paulo:
Iluminuras/FAPESP. 2002
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