sábado, 11 de outubro de 2014

Top 10: árvores extraordinárias. A mais alta, a mais larga, a mais antiga: descubra algumas das plantas mais incríveis da Terra. Por Fábio Paschoal.

Árvores estão constantemente competindo por comida, lutando para deixar descendentes, escapando de predadores. Elas podem escalar as outras para chegar à luz, enganar animais para dispersar suas sementes, e, em último caso, chegam até a matar.
Assim como os animais, as árvores precisam se alimentar, e fazem de tudo para chegar à sua principal fonte de comida: a luz. As sequoias são as maiores árvores do mundo e podem ter mais de 100 metros de altura. General Sherman, uma sequoia de aproximadamente 2.100 anos possui um peso equivalente a dez baleias-azuis.
Na tentativa de chegar ao topo, algumas espécies foram ao extremo e podem até matar. A figueira mata pau começa a crescer em cima de outras plantas. No processo acaba abraçando sua hospedeira, que não consegue mais transportar água e nutrientes, e acaba morrendo.
Algumas delas estão na Terra há tanto tempo que presenciaram o nascer do sol mais de um milhão de vezes. As bristocne pines têm mais de 4.600 anos, e já estavam aqui quando as pirâmides do Egito foram erguidas ou quando Cristóvão Colombo chegou à América. Outras, como as cerejeiras e os ipês, não vivem tanto, mas possuem flores vistosas que embelezam os campos e as cidades pelo mundo.
Infelizmente a maior ameaça a esses seres vivos é o desmatamento. Mas, na luta pela sobrevivência, as árvores desenvolveram estratégias extraordinárias e farão qualquer coisa para continuar existindo.




Baobá, um ecossistema em uma única árvore

O baobá pode sustentar a vida de incontáveis criaturas. Dos minúsculos insetos que perambulam por suas cavidades até o elefante, o maior mamífero terrestre, que procura a água estocada no tronco para sobreviver às duras condições dos desertos da África. Aves fazem seus ninhos nos galhos, babuínos devoram suas frutas, morcegos bebem o néctar de suas flores. É um mundo em forma de planta.




Cerejeira, a beleza e a fragilidade da natureza

A floração das cerejeiras anuncia o início da primavera no Japão. Entre março e maio o país é tomado por diferentes tons de branco e rosa que transformam a paisagem de forma deslumbrante. As árvores ficam floridas durante uma semana aproximadamente, e suas flores simbolizam a beleza e a fragilidade da natureza e da própria vida.





Bristocone pine, a árvore mais antiga

Bristocone pine é uma espécie de pinheiro que vive no limite. Localizados a três mil metros de altitude, nas California's White Mountains, nos Estados Unidos, suportam temperaturas congelantes e ventos tão fortes que só conseguem crescer durante seis semanas por ano. São as árvores mais antigas da Terra. O indivíduo mais velho, Methuselah, foi descoberto em 1957 e acredita-se que tenha aproximadamente 4.600 anos. A localização dessa relíquia é mantida em segredo para evitar vandalismo.





Ipê, uma explosão de cores

A floração dos ipês anuncia a primavera no Brasil. No final de agosto ou começo de setembro, as cidades e os campos são tomados por uma sucessão de cores. Primeiro são os roxos, depois os amarelos (foto), brancos e finalmente os rosas. Cada árvore fica florida durante uma semana, aproximadamente. Então as flores caem, dando um colorido especial ao chão.





Figueira mata pau, a árvore assassina

A figueira mata pau é dispersa por aves e macacos. Quando eles defecam, as sementes frequentemente caem em um galho de outra árvore e começam a se desenvolver. As folhas procuram a luz enquanto as raízes buscam o solo. Durante o processo a árvore hospedeira é envolvida em um abraço mortal. A pressão exercida pela figueira é tão grande que a outra planta não consegue mais transportar seiva e acaba perecendo.Ela pode ser encontrada em regiões tropicais pelo mundo, incluindo o Pantanal, a Mata Atlântica e Amazônia.





Sequoia gigante, a maior árvore do mundo

General Sherman é o nome da maior árvore do mundo em volume segundo o Guinness, o livro dos recordes. A sequoia de 82,6 metros de altura, 25,9 metros de diâmetro, 1.814 toneladas e aproximadamente 2.100 anos se encontra no Sequoia National Park, California, Estados Unidos. Teria madeira suficiente para a produção de cinco bilhões de fósforos. Mas convenhamos, seria um desperdício cortar esse gigante só para acender o fogão de casa.





Cipreste mexicano, a árvore mais larga

A planta mais "gordinha" do planeta é um cipreste mexicano. Com 36 metros de cintura, a Árvore de Santa María del Tule, localizada no estado de Oaxaca, México, ganhou um lugar no Guinness, o livro dos recordes, como a árvore com maior circunferência do mundo.





Castanheira, a prova de que tudo na natureza está conectado

O fruto da castanheira (do Pará), chamado de ouriço, abriga sementes ricas em gordura e nutrientes em seu interior. No entanto, sua casca é tão dura que é impossível de ser aberta pela maioria dos animais. Porém, um pequeno mamífero de dentes fortes é capaz de fazer um buraco nessa armadura impenetrável. A cutia pode encontrar até 30 castanhas lá dentro, o que é muito para comer de uma vez só. As sobras são enterradas na terra, para uma refeição posterior. Mas a memória do pequeno roedor não é perfeita: algumas sementes são esquecidas no solo da floresta amazônica e darão origem a uma nova geração. O ouriço é deixado no chão e, quando começa a temporada de chuvas, se enche de água – a partir do buraco deixado pela cutia – e se transforma em um berçário para sapos e insetos. Nada é desperdiçado.





Embaúba, a pioneira

Quando uma clareira é aberta na floresta, as embaúbas são as primeiras árvores a ocupar o espaço. Possuem folhas largas, capazes de captar muita luz, aumentando a taxa de fotossíntese e, consequentemente, de crescimento. Seus frutos são atraentes para muitas espécies de aves e macacos. Na base de cada folha existe uma glândula de açúcar, um atrativo para formigas, que acabam se instalando no tronco oco da planta. Em troca, o exército de pequenos insetos irá proteger a planta contra os herbívoros.
A embaúba é encontrada desde o México até o norte da Argentina.





Cajueiro, o gigante de Piragi

O Cajueiro de Piragi é o maior do mundo. Uma mutação genética faz com que sua copa cresça sem parar. Hoje seu tamanho é equivalente a um campo de futebol. A árvore dá cerca de 70 mil frutos ao ano e é uma atração imperdível em Natal, Rio Grande do Norte.



Disponível em: <http://viajeaqui.abril.com.br/materias/arvores-pelo-mundo>

Acesso em:16/09/14



Sobre inacabamento e continuidade...

Sempre que começo a me interessar por um determinado assunto, já sei que é meu filtro perceptivo me indicando o caminho de um novo processo de criação ou talvez, novos estímulos dando continuidade aos processos inacabados.
Recorro à Cecília Almeida Salles e seu livro O gesto inacabado, que sempre me sussurra sugestões e sublinha repetidamente questões relevantes sobre os processos de criação artística, me acalma reproduzindo as falas de artistas, me renova o frescor da descoberta.
Por um pouco mais de dois anos me debrucei sobre a obra de um artista alemão incrível que iluminou minha imaginação e revelou em meu corpo a potência do inacabado. Hans Bellmer me alimentou imagética e conceitualmente e me fez mergulhar em um universo pessoalmente estranho, por vezes difícil de acessar.
Após percorrer os corpos inanimados de suas bonecas, me encontro, agora, flertando com um corpo de maiores proporções que vive, respira e se move como eu. Persigo obsessivamente as árvores que encontro pelo caminho, como se a qualquer momento elas fossem criar pernas e fugir. O momento da relação é aquele do encantamento, da descoberta do desconhecido, do tatear cuidadosamente, da gentileza com essa que, no momento, tem dado asas à continuidade de meu inacabamento.
Remexendo em álbuns de fotografias antigas, descobri que minha curiosidade e admiração pelas árvores já vem de longa data. Pelos lugares que percorri, elas sempre estiveram lá puxando meu olhar, me atraindo, me chamando. Finalmente atendi e...  vamos ver como continua essa conversa.

“O inacabado se impõe, a ordem é incompleta e mutável. É um movimento em potencial em direção à completude ou algo como a incerteza de futuro e a sugestão de inúmeras possibilidades de prolongamento. O inacabado incita à exploração, à descoberta.” (Paola Berenstein Jacques)


Referências Bibliográficas

JACQUES, Paola Berenstein. Estética da ginga: a arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Eric Kellerman - um olhar não-erótico para o corpo feminino nu.

Estou sempre atenta para imagens de corpos que me tragam um certo estranhamento e continuem a alimentar meus processos criativos. Me deparo constantemente com pintores, escultores e fotógrafos, entre outros artistas, que 'me pegam de jeito'. Meus amigos que sabem das minhas preferências, vivem me indicando trabalhos nem sempre 'estranhos', mas que sugerem outras maneiras de perceber e visualizar o corpo, contribuindo muito em minhas pesquisas. Essa semana minha irmã Adriana me enviou uma fotografia de Eric Kellerman, e eu fui curiosamente tentar saber um pouco mais dele...

 The Box

Eric Kellerman é um britânico que viveu perto de Nijmegenna Holanda por um tempo muito longo. Em 2008, ele aposentou-se da academia para passar mais tempo na fotografia. Especializado no nu, ele trabalha quase que inteiramente no estúdio com uma equipe regular de colaboradores do sexo feminino, a maioria dos quais tem um interesse sério em movimento (dança, acrobacia, yoga, artes marciais). Às vezes, quando ninguém está disponível ele fotografa legumes e frutas por desespero.
Kellerman considera que seu trabalho seja distante, abstrato, melancólico, 'anti-erótico’, apesar de seu assunto. Ele enfatiza linhas, formas geométricas, texturas, movimento implícito e, acima de tudo, claro-escuro. Ele gosta de criar ambiguidade em suas fotos, de modo que o espectador, por vezes, não saiba para qual parte do corpo está olhando. Desta forma, ele tenta libertar o corpo feminino das suas associações convencionais.

The Box

Striped Light

The Averted Gaze I

The Averted Gaze II

Enfatizando diferentes ângulos do corpo, destacando e fragmentando partes dele pela luz, as fotografias de Eric Kellerman, trazem o corpo feminino em formas inusitadas, mas principalmente destacam a beleza de determinadas partes do corpo, mesmo quando não as reconhecemos de imediato. A fragmentação aguça a imaginação para o que está oculto e ao tentar desvendar as imagens, vemos sempre mais do que nos é permitido ver.

Todas as imagens e informações retiradas do site do artista:

domingo, 29 de junho de 2014

Os desenhos de Hans Bellmer

A obra de Hans Bellmer é composta pelas bonecas ‘esculpidas’ e fotografias provenientes delas, além de uma produção textual e gráfica extremamente elaborada. Para ele, interessava as possibilidades provenientes de uma relação mais imediata entre imaginação e realidade do que a distinção entre os meios de expressão.

Ao analisar as imagens criadas por Bellmer, percebe-se que a boneca em sua forma plástica consistia em um objeto dotado de infinitas possibilidades de transformação, porém, desenhá-las possibilitou a criação de posturas corporais ‘simultâneas’ que a versão plástica só permitia acontecer de maneira ‘sucessiva’. Percebe-se, principalmente nos desenhos, como um corpo delineado pelo desejo se sobrepõe a um corpo ‘natural’ esgarçando suas possibilidades expressivas.

Hans Bellmer. Ilustração para L’histoire del’oeil 
                           de Georges Bataille, 1947.                                             

sábado, 28 de junho de 2014

E o processo continua...



Hans Bellmer. La Poupée, 1936

O artista vive de olhos, ouvidos e poros abertos ao mundo, selecionando e reelaborando informações apreendidas e que, possam de alguma forma, estar presentes não só em uma obra, mas em seu percurso como criador. Sendo assim, “o artista recolhe e acolhe tudo o que, de algum modo, lhe atrai” (Salles, 2004), mesmo que momentaneamente não saiba o porquê. Sendo a percepção o elemento primeiro na obtenção de informações e futuramente na produção de conhecimento, o modo pelo qual o artista compreende e apreende o mundo à sua volta passa por um filtro perceptivo, único e pessoal.
O meu filtro perceptivo para o considerado estranho, incomum, temporariamente adormecido após a aventura de uma defesa de mestrado, abriu os olhos renovado e descansado para espreguiçar e voltar à ativa, ao trabalho.
Me deparo com leituras sobre processos de criação que se confundem com meus fazeres diários, meus processos de/em construção. Volto ao artista que acompanhou nos últimos anos meus fazeres criativos, pressionando meus pensamentos, transformando meu olhar sobre o corpo, o gesto, a imagem, a dança... a vida.
Pesquisar a obra de um artista é praticamente um mergulho na superfície. Ficamos à margem, recolhendo indícios, pistas de seu percurso criativo, com o intuito de aproximar-nos da realidade própria do seu trabalho. Hans Bellmer me fez conhecer um universo singular, regido por leis próprias, criadas em um processo minucioso e íntimo entre o artista e sua obra no percurso de seu projeto poético. Sugeriu-me outras maneiras de perceber o mundo através de um filtro que passa pela imaginação, afastando-se das representações fixas que reduzem o olhar a limites e medidas. Por fim, desnudou-me de conceitos pré-concebidos, revelando meus desejos mais íntimos, aqueles que escondemos, mesmo nos sonhos.
Retomar um processo inacabado é transitar por tendências e acasos, investir na potência de sua continuidade...

"No romance ‘Frankenstein’ de Mary Shelley, a criatura, na sua condição primeva, era puro monstro e, a partir da interação com o mundo dos homens, teve a chance de se humanizar. Por meio do letramento, sua bestialidade foi suplantada, permitindo alcançar o senso de si e vislumbrar que havia um lugar para seu ser (humano). Frankenstein é o símbolo de uma sociedade diversa, cujos membros disputavam lugares sem, contudo, ter a certeza do lugar a que pertenciam. As incertezas e inseguranças se estabeleciam por não haver mais um lugar existente, pronto, à espera de cada um, por mais que alguns ainda acreditassem na presença dele. Cada indivíduo enfrentava o desafio de construir seu próprio lugar no mundo e os próprios valores." (MALTA, 2009).


Referências Bibliográficas

SALLES, Cecília Almeida. Gesto Inacabado – Processo de criação artística. Segunda edição. São Paulo: Annablumme/FAPESP: 2004.

MALTA, Marize. Corpos Estranhos: Frankenstein e o objeto eclético. In: Corpo: identidades, memórias, subjetividades. Org. Monica Pimenta Velloso, Joëlle Rouchou e Cláudia Oliveira. Rio de Janeiro: Mauad X/FAPERJ, 2009.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Exposição Virtual e entrevista no ctrl+alt+dança

A série de fotografias exibidas na Galeria Virtual do Ctrl+alt+dança, contou com uma entrevista, na verdade, um bate papo com Andre Bern sobre a pesquisa que teve como principal estímulo a representação do corpo feminino na obra do artista alemão Han Bellmer. Nesse bate papo são abordados principalmente os procedimentos utilizados na construção das imagens do corpo fragmentado no diálogo pretendido entre dança e fotografia.







Confira abaixo o link para visualização da entrevista, além do texto e das fotografias:




Exposição virtual no ctrl+alt+dança!

De 07 a 20 de maio estarão expostas na Galeria Virtual do Ctrl+alt+dança a série intitulada 'Estudo para Androginia', parte da pesquisa sobre o tema da fragmentação corporal, desenvolvido na Dissertação de mestrado 'A construção de um corpo aos pedaços'.


Além das fotografias, a exibição conta ainda com um texto e uma entrevista.

http://ctrlaltdanca.com/galeria/androginia/

terça-feira, 4 de março de 2014

Defesa do mestrado!

No dia 21 de fevereiro do ano corrente fechei um ciclo. Depois de dois anos debruçada sobre o tema da fragmentação corporal, defendi minha dissertação de mestrado intitulada "A construção de um corpo aos pedaços".




A Instalação

A proposta de finalização deste trabalho tratou-se de um espaço de exposição de algumas experiências resultantes neste processo criativo que foram descritas separadamente no trabalho escrito e reunidas em uma espécie de espaço instalativo, onde o tema desenvolvido estava apresentado nos diferentes suportes nos quais foi experienciado. O corpo fragmentado foi evidenciado em imagens impressas e projetadas e também em sua presença física. Apresentados simultaneamente, esses fragmentos poéticos compartilharam um espaço recortado propondo ao espectador um olhar fragmentado pela impossibilidade de apreensão visual de um todo. O corpo que se quis construir desde o início do processo foi continuamente destruído, reconstruído, decomposto, recomposto e se apresentou fragmentado, quer por autonomia ou dissociação. 
A partir da ideia de autonomia, as partes do corpo são tratadas como estruturas íntegras, independentes de um todo. Com a ideia de dissociação, o corpo é reorganizado em sua estrutura, e suas partes podem ser suprimidas, multiplicadas e deslocadas, afastando-o da imagem do corpo humano como normalmente o conhecemos. Esses dois modos de compreender a fragmentação foram percebidos nos trabalhos de alguns artistas, que, por exemplo, dedicam maior atenção às partes, aproximando e detalhando pedaços do corpo, ou enfocam a possibilidade de alteração da figura humana, em processos de transformação de sua estrutura, trazendo à tona imagens de corpos ilusórios, fantásticos. 

Do processo


Por não se tratar somente da criação de uma obra, mas da composição de um trabalho acadêmico experiência prática e reflexão teórica caminharam juntas. No decorrer desses dois anos, foram realizadas diversas experimentações que indicaram um caminho onde as ferramentas de composição das linguagens cênicas e visuais poderiam se entrelaçar e possibilitar um diálogo mais profundo, a fim de estabelecer uma relação verdadeiramente interdisciplinar entre as duas áreas postas em questão nesse trabalho, a Dança e as Artes Visuais. Perseguiu-se o tema da fragmentação corporal, alimentado por inúmeras referências imagéticas e conceituais, sendo a principal, a obra do artista alemão Hans Bellmer. Além dele, contou-se com uma vasta iconografia de trabalhos tanto Surrealistas quanto Contemporâneos, tendo em comum o fato de constituírem obras onde o corpo era apresentado fragmentado, distante de uma configuração reconhecível de um corpo humano.


Algumas experiências realizadas neste processo criativo.

Acredito que o processo criativo é acompanhado de um grande exercício de escuta e observação no qual o artista deve estar atento às escolhas que a própria obra faz e lhe impõe. Ao artista não resta apenas obedecer. Há que abrir o canal sensível de entendimento e comunhão com a obra a fim de deixá-la vir à tona a partir do meio mais propício para o seu transbordamento. Pois a arte, acontece nesses entre-lugares, onde as forças se atraem, se repelem e por vezes se esbarram, criando cacos de possibilidades que se arremessam sem direção carregando a potencialidade de sua concretização.

Apesar do grande leque de possibilidades que se abriu, entendo que o tema não se esgotou, por considerar que alguns resultados das experiências apontaram na direção de possíveis desdobramentos, não realizados. Por isso não se trata de um produto final, mas provisório. Inacabado como acredita-se o próprio corpo...